Pesquisa do Grupo NanoBio abordará a obtenção de nanomateriais aplicados ao combate do mosquito Aedes aegypti

29/01/2025 10:31

O projeto de pesquisa coordenado pela professora Larissa Nardini Carli, intitulado “Nanomateriais ativos à base de quitosana com atividade larvicida aplicados ao controle do mosquito Aedes aegypti”, foi contemplado na Chamada Pública FAPESC N.º 37/2024 – PESQUISA PARA MONITORAMENTO E DESENVOLVIMENTO DE TECNOLOGIAS DE CONTROLE DO AEDES AEGYPTI, E A PREVENÇÃO, DIAGNÓSTICO E TRATAMENTO DE DOENÇAS VEICULADAS AO VETOR NO ESTADO DE SANTA CATARINA, no valor global de R$ 895.740,00.

A ideia é obter materiais em escala nanométrica, com elevada eficiência no controle das larvas do mosquito Aedes aegypti, de modo simples, de baixo custo, com pouco impacto ambiental e com possibilidade de reuso.

O projeto coordenado pela professora Larissa Nardini Carli receberá um financiamento de R$ 895.740,00

A professora conta que o projeto é resultado de inúmeras outras pesquisas correlatas já desenvolvidas em dois grupos de pesquisas da UFSC Blumenau: Grupo de Pesquisa em Nanocompósitos Funcionais à Base de Polímeros Biodegradáveis (NanoBio) e Laboratório de Magnetismo e Materiais Magnéticos (Lab3M). “Tivemos essa ideia de utilizar nanopartículas de materiais metálicos e nanocápsulas à base de polímeros biodegradáveis com ações larvicidas. A combinação destes materiais permitirá, além do controle das larvas do mosquito Aedes aegypti, uma completa separação e remoção destes materiais após sua utilização em ambientes que contenham água parada, demonstrando tanto uma preocupação com o problema de saúde pública como também com a preservação ambiental”, explica Larissa.

Os valores previstos no financiamento serão utilizados para compra de um Magnetômetro de Amostras Vibrante (VSM) que deverá compor a infraestrutura do Lab3M e servirá para caracterização magnética dos nanomateriais produzidos; e um Magnetron ion sputtering que será uma ferramenta muito útil para auxiliar na caracterização microestrutural dos nanomateriais produzidos e servirá como equipamento de apoio ao recém criado Laboratório Multiusuário de Caracterização Avançada (LMCA). O restante será utilizado para custeio das despesas decorrentes da pesquisa e para contratação de pessoas para atuarem no projeto (interessados podem entrar em contato clicando aqui).

A coordenadora conta ainda que recebeu a notícia da aprovação com alegria e satisfação. “Sempre que submetemos alguma proposta é porque acreditamos fortemente na ideia. Mas ao mesmo tempo sabemos que a concorrência muitas vezes é acirrada devido ao mérito também de outras propostas. Isso prova que as agências de fomento apostam em nossas ideias e assim podemos perseguir os resultados propostos e tentar trazer melhorias para nossa sociedade”, comemora Larissa.

A equipe do projeto conta com a participação do professor Cristiano da Silva Teixeira, além de parcerias já estabelecidas com pesquisadores da UFSC de Florianópolis, da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) e da Universidade de Caxias do Sul (UCS). Da UFSC de Florianópolis, integra o projeto o professor José Henrique Maia Campos de Oliveira. Da UFRGS, em Porto Alegre, o professor Tales da Silva Daitx; e da UCS, em Caxias do Sul, os professores Janaina da Silva Crespo e Marcelo Giovanela.

Investimento inédito

Somados a outros dois projetos também aprovados nesta chamada, os projetos da UFSC Blumenau receberão um investimento total de R$ 2,5 milhões, valor inédito até então para o financiamento de pesquisas no campus por meio de um único edital. “Estamos muito satisfeitos e felizes com a aprovação dos projetos. Nós temos consciência da qualidade e do potencial dos nossos pesquisadores que já participavam em equipes de excelência junto com outros profissionais da UFSC em Florianópolis e de outras universidades”, disse o diretor do campus, Adriano Péres.

O diretor também ressaltou que a infraestrutura do campus hoje está muito melhor, se comparado com alguns anos atrás. “Aos poucos nossos pesquisadores estão adquirindo maior maturidade em pesquisa, gerenciando suas próprias equipes localmente e, com o trabalho árduo, conseguindo aprovar apoios das agências de fomento”, avalia Adriano.